
Pois é, acabou.
Eu fiz uma pré-retrospectiva dia desses mas chegou a hora da oficial.
2008 tá acabando assim, ó:
. sem Big Sky, com São Paulo
. sem aquele moço por quem eu voltei apaixonada e sem outro moço pra me acelerar o coração - não gosto!
. sem privada pra limpar todo dia e com um mooonte de alunos fofos
. sem a Liz, a Alice, a Beata, o Brian e o Alex perto mas com a Liz, a Alice, a Carla, o Vini e até o Brian visitando
. com família ao alcance das minhas mãos e com duas irmãs novas e outras amigas e amigos do tipo everlasting
. sem a Linda Lindberg de chefe mas com a Paulinha que - quem conhece sabe - dá de milhão na lindeza da Linda, hahaha
. sem Mountain Lodge 231, sem Hill Condos 1316, mas com Edifício Martinico Prado 53
. sem Karaoke Nights no Bambu, mas com a Mama!!!
. sem as praias do Hawaii mas com ticket comprado pras praias da Bahia
. sem Bush e com - oba! - Obama
. com Romana de volta a Varginha
. com DVD novo da Marisa Monte
. com a minha situação eleitoral regularizada
. com um HD novo pro meu mac
. com um tanto de regalos fofos que eu ganhei aqui e acolá
. com a Tia Lucy dando um bruta susto - e ainda lá, na UTI - mas com fé que ela vai sim sair dessa
. com viagem adiada pra Bahia e tocada pelo fato de qua a Bahia sem mim não teria graça pra Vivi e pra Flá
. com a certeza de que o monte de abraço e beijo que eu tenho dado na minha mãe estão pelo menos fazendo ela sorrir um pouquinho
. com uns oito, dez quilos a mais
. sem Orkut e com Facebook - YES!!!
Ah.
Li uma crônica da Martha Medeiros sobre o Ano Novo, em que ela fala da dificuldade de se dar aquela "zerada" que é esperada de todos nós, de um dia pro outro, quando muda o ano.
Porque pra abrir espaço pro novo, temos que perder o velho, e a gente não quer trocar uma coisa por outra, a gente quer é acumular.
Bom... Sou obrigada a copiar um trecho aqui pra vocês, lá vai:
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O ideal seria o novo ano nos receber de portas escancaradas para que passássemos com toda nossa bagagem.
Porém, a porta não é tão escancarada assim.
Não dá pra trazer tudo com você.
Principalmente se você está assim tão repleto de desejos novos.
Para que possamos receber o novo, é preciso deixar pra trás desejos antigos.
Isso não significa que a gente não deva guardar boas lembranças, mas não dá pra se agarrar a isso como a uma âncora. A gente só pensa em ganhar, mas é preciso aprender a perder.
Foi lendo uma crônica do Contardo Calligaris, de dezembro de 2005, que me deu o estalo: como é que vou abrir espaço para novos acontecimentos e emoções na minha vida se não consigo me despedir do ano passado, do tempo passado ?
Adeus ano velho.
Foi ótimo, foi péssimo, foi fácil, foi difícil, me dei bem, me machuquei, teve de tudo.
As coisas boas naturalmente vão se acomodar na minha mochila e vir comigo, mas e tudo aquilo que não cabe mais na minha vida? Faço o que com o excesso de peso?
Algumas pessoas desejam uma nova perspectiva profissional, mas, em vez de um basta para o trabalho que já não serve, se arrastam mais um pouco e os prognósticos de novidade não se cumprem.
Há os que querem parar de fumar, parar de engordar, parar de beber, mas para tudo isso terão que abrir mão de algo difícil de abandonar: o prazer que certos maus hábitos proporcionam.
E tem aquele assuntinho onipresente, as relações amorosas.
A gente já não vê mais graça em sofrer, não quer se acostumar com a dor, com as repetições, com a aridez do coração, mas como virar a página depois de tudo o que foi investido, de tanta tentativa, de tanto sentimento que não foi inventado, mas que existiu de fato?
Para responder a essa questão, volto (e voltarei sempre) a uma frase do Norman Mailer: "As pessoas procuram o amor como solução para seus problemas, quando o amor é a recompensa por você ter resolvido seus problemas."
E emendo com uma citação que complementa a anterior. Do Calligaris, claro, guru e inspirador desta crônica: "Meus votos para todos: um ano novo sem medo de perder."
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Repito então agora como MEUS votos pra todos: UM ANO NOVO SEM MEDO DE PERDER.