Sunday, July 20, 2008

Postando e Comentando II


20 de Julho, Dia do Amigo.
Claro que tinha que ter post...
Vamo que vamo!!!




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Dei pra me emocionar cada vez que falo dos amigos. Deve ser a idade, dizem que a gente fica mais sentimental.

Mas é fato: quando penso no que tenho de mais valioso, os amigos aparecem em pé de igualdade com o resto da família. E quando ouço pessoas dizendo que amigo mesmo, a gente só tem 2 ou 3, fico até meio besta de tanto orgulho: eu tenho muito mais do que 2 ou 3. São uma cambada.

Amizade não é só empatia, é cultivo. Exige tempo, disposição. E o mais importante: o carinho não precisa - nem deve - ser acompanhado de um motivo.
Você não precisa de uma razão, basta sentir falta da pessoa. E, estando juntos, tratarem-se bem.

Difícil exemplificar o que é tratar bem. Se são amigos mesmo não precisam nem se falar, podem caminhar lado a lado em silêncio. Não precisa trocar elogios constantes, podem até pegar no pé um do outro, delicadamente. Não é preciso manifestações constantes de carinho, podem dizer verdades duras, às vezes elas são necessárias. Mas há sempre algo sublime no ar entre dois amigos de verdade. Talvez respeito seja a palavra. Afeto, certamente. Cumplicidade? Mais do que cumplicidade. Sintonia? Acho que é amor.

Só mesmo amando pra você confiar a ele o seu próprio inferno. Por amor, você empresta suas coisas, dá o seu tempo, é honesto nas suas respostas, cuida pra não ofender, abraça causas que não são suas, entra numas roubadas, compreende alguns sumiços, só que liga quando o sumiço é exagerado. Tudo isso é amizade com trato. Se amigos assim entraram na sua vida, não deixe que sumam.

Porém, a maioria das pessoas não só deixa como contribui para que os amigos evaporem. Ignora os mecanismos de manutenção. Acha que amizade é algo que vem pronto e que é da sua natureza ser constante. E aí um dia abrimos a mãozinha e não conseguimos contar nos dedos nem dois amigos pra valer. E ainda dizemos que a solidão é um sintoma destes dias de hoje, tão emergenciais, tão individualistas. Nada disso. A solidão é apenas um sintoma do nosso descaso.

Martha Medeiros

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Nada é tão clichê e tão verdadeiro quanto o que ouvi de uma amiga dia desses: "Quem tem um amigo, tem um tesouro!", e eu realmente, tenho uma renca de bons amigos!

E a amizade de Carrie, Samantha, Miranda e Charlotte me fez chorar muito mais do que o casamento de Carrie e Mr. Big.
E o casamento de Carrie e Mr. Big só ficou completo quanto aquela porta se abriu e ela pôde ver her girls!

Depois que eu passei um tempo longe dos meus amigos mais antigos e senti tanta falta deles, acho que aprendi a ser uma amiga melhor. Já tive tempo de extremo relapso. Estou de certa forma tirando o atraso com o cuidado de não me exceder, porque tem que parecer tão verdadeiro quanto é, esse meu esforço.
Esforço que virou costume que virou prazer que virou natural.
Agora cuido muito bem dos amigos novos que eu ganhei quando os antigos estavam longe.
E dos que eu ganho de tempos em tempos, disfarçados de amigos virtuais, de alunos (meus e dos outros), de trutas, de teachers, de sobrinhos, de amigos dos sobrinhos...

GOSTO desses meus amigos, e tenho tentado sempre dar aquela "regadinha".

Um beijo dos mais apertados em todos vocês, meus querdidões e minhas queridinhas!

Sunday, July 13, 2008

Postando e Comentando


Às vezes a gente lê umas coisas que gostaria de ter escrito, mas né?, se eu estou lendo, geralmente é porque alguém já escreveu.
Então olha só, quando eu achar essas coisas, eu posto aqui, e comento. Digo porque que eu gostaria de ter escrito isso.
Fechado?
Fechado!


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CHIQUES PRA CARAMBA

Em caso de descaso, em qualquer desatenção, finja que não. Você não pode se incomodar. Nada deverá te atingir ou te afetar, no hard feelings. A vida é assim e você não pode se incomodar. As pessoas dão um perdido. Você dá um perdido. Todo mundo dá um perdido e não é você quem vai se incomodar agora com esse tipo de coisa. Imagina.

O outro não vai se iludir, ou não deveria, nem deve mais se lembrar daquela história, eu te disse você topou, nós combinamos, esse tipo de acerto já foi, pra lá de ultrapassado, como a corrente de acordos e afetos desfeitos pela informalidade, ampla, geral e irrestrita, postura que tomou posse de nós, nessa onda pós-tudo, onde tudo se pode e quem sabe se perde mesmo.

Entre a mentira e a verdade de se incomodar com a coisa, o achado ou o perdido, a quebra do trato e como reagir a ele, você não vai hesitar, seguirá o mandamento quase-budista, afinal faz parte do clube dos safos ou que nele quer entrar. Como o bom cabrito que não berra, você será gentil e confortável como brisa na calçada, suave como o novo absorvente, refinado, impermeável. Incomodado? Você?

Há compromissos e compromissos, e se você se importar com a falta de compromisso com o compromisso, estará se importando com aquele que não deve se importar - portanto, não se importe, não corra esse risco, não pague o mico. Finja que nem ligou quando ele não ligou e também você não ligaria, com tanta coisa pra fazer. Jamais toque no assunto. Minta ou esqueça. E não é pra ficar sentido, que horror, que história é essa de sentir, falta, desapontamento ou desejo, as pessoas têm seus motivos, todo mundo correndo, sem tempo pra nada, telefonar, avisar, não precisa, você entende perfeitamente.

Nonchalance* pode ser condição para a leveza e a distinção - mas não precisa exagerar. Você até poderia se importar, levando-se em conta sua natureza, humana, mamífera, cinco sentidos e sangue quente. Você poderia se importar, e talvez fosse lindo. Mas como fazê-lo, quando e com quem, se é tão mais fácil mentir e se achar, dar um perdido, ou no caso de ser você, levar o perdido, que diferença, tanto faz, ninguém importa tanto assim, não é você quem vai levar a sério, e por aí vai, ou não vamos, assim não vamos mesmo, a não ser que a idéia seja essa, chegar a lugar nenhum.

Ele não pede desculpa você também, ela esqueceu de retornar você nem se importou, que é isso, amigos da vida inteira ou da última hora, era só um encontro, um estar, coisa mais normal de acontecer, tinha uma mensagem no celular, ou pelo menos o número registrado, ou nada, mas também pode ser o seu celular, que vive fora de área, como ele ou você, inalcançáveis, intocáveis, chiques pra caramba.

Isa Pessoa, na Revista O Globo, 13 de julho de 2008.
*NONCHALANCE: malemolência, em Francês (chique pra caramba, hehe!)
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Então... que será que eu vi aí?
Eu vi que a gente torna a vida difícil - a nossa e a do outro - quando a gente diz: "Precisamos combinar alguma coisa!", quando na verdade a gente não quer combinar nada.
Que você finge que me ama e eu finjo que acredito e que isso é outra coisa que pra mim não tem porque.
Se eu não te amo, deixo pra lá, uai.
Simples assim, ó: If you love me, let me know. If you don't love me, let me go.

Coerência urgente para todos!

E por outro lado, se não deu, rodou, já foi, desencana, sai dessa e desapega.
Gente carente cansa um pouco.
Gente de porcelana dá medo na gente se ser sincero.
Não melindra muito não porque geralmente o outro não tá nem ligando.
E seja sempre chique.
Pra caramba!