Wednesday, October 22, 2008

A Boa e Velha Gentileza


Hoje de manhã, eu e meu iPod, saímos felizes pra pegar o ônibus.

Ali no ponto tinha duas senhorinhas, cheias de estilo, sentadas nos bancos : uma japonesinha com uma bata colorida, outra bem mais velhinha, de cabelo branquinho e – adoro – de tênis. Nike.

Essa, de tênis, batia um papo animado com uma moça. Eu via, mas não ouvia. Mas gostava. Meu coração fica feliz quando vê moças dando atenção genuína a pessoas mais velhas.

E eu esperava o ônibus de pé, olhando atenta pra tudo o que acontecia à minha volta, people watcher que sou, e dublando sei lá o que que eu ouvia.
A senhorinha japonesa me chamou, tocando delicadamente meu braço. Tirei o fone do ouvido, sorri, me abaixei e ela disse: “Senta, querida… o ônibus tá demorando!”.
Eu respondi, enternecida: “Aaaaah, obrigada!”. Sentei ao lado dela e desliguei o iPod, mas ela nem queria conversa assim… ela queria só… ser gentil.

O ônibus demorou, mas chegou.

Entramos todas, e duas paradas mais tarde, entrou outra senhorinha de idade.
Poooodre de chique.
Com brincão, colarzão, oclão, batonzão.
Bancos ocupados.
A velhinha de tênis e cabelinho branco, se levantou imediatamente pra dar lugar pra esta última que entrou, e que era visivelmente mais jovem.
Por esta razão talvez, ela custou a aceitar. “Deixa disso, estou bem."
“Mas eu desço no próximo ponto, faço questão, deixa disso você”.
E ela sentou, e a de cabelinho branco desceu no mesmo ponto que eu, deixando pra trás a senhorinha chique confortavelmente sentada, sem abalar um milímetro a paz dos outros jovens passageiros desprovidos de gentileza e respeito que não cogitaram oferecer lugar algum.

E lá fomos nós, eu e a velhinha de tênis, que gentilmente sorriu pra mim quando a gente teve que se separar.

Outro dia no supermercado eu quis que um senhorzinho - Sr. Alexandre - passasse na minha frente na fila, e ele não quis de maneira nenhuma.
Disse que as damas vão sempre primeiro.
Eu, a dama, fui na frente dele, satisfeita.

E eu hoje sorri de volta aliviada para a velhinha de tênis, por saber que as velhinhas e os velhinhos, pelo menos eles, nunca se esquecerão do valor de uma gentileza, mesmo que o mundo não seja gentil com eles o tempo todo, por mais longo que esse tempo todo seja. Muito mais do que a distância entre um ponto de ônibus e outro, ou a fila de um caixa de supermercado.

Saturday, October 04, 2008

Mi casa, su casa


Estou tentando dar nome ao que me acomete.
Me sinto como aqueles personagens das propagandas das eleições - um que sapateia há quatro anos, outro que ouve o zumbido da abelha, aquela que anda em círculos, o emotivo, e por aí vai.

Meu "problema" é o seguinte: eu não posso ouvir de algum conhecido: "vou estar em São Paulo", sem que eu vá ao encontro desta pessoa, na eventual impossibilidade de hospedá-la em minhas amplas instalações.

São dez meses de São Paulo, e tudo começou em janeiro com minha BFF Flá, a quem eu considero praticamente uma roommate.
Às vezes eu até tenho que remanejá-la pra outro endereço pra receber outros alguéns aqui, hahaha...
Bom, depois da Flávia, veio Carlinha na entrevista do visto.
Na seqüência, Vini, o terceiro roommate.

Alice eu não consegui botar dentro de casa, então fui encontrá-la na 25 de Março.

Caio também ofereceu resistência e eu então fui vê-lo no aeroporto.

Vivi(ane), uma cidadã paulistana, nascida e criada na Vila Madalena, começou com banhos e cochilos depois da Santa Casa quando tem festinha na Pati Paduan e agora também já dorme e tenta infectar outros visitantes com suas poxes.

Já recebi duas vezes a minha floooooor de liz baiana que eu queria tanto tanto que fosse minha roommate pra sempre.

Ontem fui jantar com Lu Amiga e Dona Graça, e já combinamos uma bem sucedida sessão de compras hoje pela 25 e arredores. Foi ótimo. Uma pena elas terem ficado em hotel, hahaha...

Agora às 23h20min, tô indo ao aeroporto buscar o Brian. Éééééé, estou trabalhando com o mercado externo agora.
Brian Coletta, um americano que eu conheci em Big Sky, tá vindo pra minha casinha também.
Vini firme na luta comigo, também vem pra cá.

Não paro muito pra pensar na opinião dos porteiros do prédio, que devem ficar zonzos tentando entender o que se passa, mas tsc, ah, deixa eles.

Ok, Thiago também já tá agendado, e agora até o peruano Orlando, que era runner do Summit, também vem pra cá, nos mesmos dias de Patty Aloise e já estamos combinando de tentar encontrar.

E eu vou mesmo! Saio de onde for, vou onde for preciso, pra rever essa gente que eu gosto tanto.

Se isso tiver nome, me diga. Se for profissão, me diga mais rápido ainda, porque com certeza eu vou me dar bem.
Pelo menos experiência, eu tô adquirindo.

Beijos e abraços a você, estimado leitor.
E olha, passando por São Paulo, não deixe de me comunicar.

Já sabe... Mi casa, su casa!