Tuesday, March 31, 2009

Postando e Comentando VII: Sempre teremos Paris






















Fico feliz e quase aliviada quando alguém também fala o que eu também sinto e não falo.
Ou não falei ainda.

Eu sei lá.
Me acho meio diferente, às vezes.
Eu quero sem querer e não quero querendo.

Me sinto sempre dez anos atrás muito embora eu saiba que estou aqui mesmo, hoje, agora.
Não tenho 28, e tá cheio de coisa importante pra acontecer na vida com prazo de validade.
Não gosto não.
Saco esse negócio de deadline.
E eu vivo aí achando que agora vai, que agora eu vou resolver a minha vida.
Ao mesmo tempo, vai ver que vida - resolvida ou não, de acordo com o ponto de vista - é isso que eu tô vivendo.
Acho até que é.
Não é?

Aaaaah.
Lê aí, vai.
Leia o texto, veja o filme.

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April e Frank Wheeler consideravam-se especiais, eram irreverentes, ele lutou no front da Segunda Guerra, ela queria ser atriz. A primeira pergunta que ela dirige a ele quando se conhecem: “O que você faz?”. Ele responde de forma literal, dizendo no que trabalha. Ela o corrige, não está interessada na realidade, mas no sonho: o que ele quer ser? Frank diz que está confuso, procurando se encontrar. Embora reclamando, ele acha algum sentido na vida suburbana que o casal monta sem pensar. Trabalha numa firma onde pode crescer, pega o trem todo dia, reencontra a família e a casa arrumada ao voltar. April não sente o mesmo: sua carreira dramática não vinga e a rotina doméstica a enlouquece.
A história do casal Wheeler está num livro chamado Revolutionary Road (Richard Yates, 1961), que alude ao nome da rua em que eles moram. O endereço não podia ser mais paradoxal, pois é para acomodar-se e não para mudar o mundo que eles aderiram à típica casinha branca de família americana. Mas dentro de April a revolução borbulha e é a isso que assistimos do começo ao fim do livro e do filme (Foi apenas um Sonho, de Sam Mendes). Seu amor por Frank só reacende quando eles voltam a partilhar um sonho: mudar-se para Paris. Ela planeja trabalhar e ele ficaria um tempo estudando e tentando ser outra coisa, talvez escritor. April não quer dele o que os homens estavam acostumados a dar às mulheres: casa, sustento, filhos.
Não conto mais para não estragar o prazer de ver esse filme, na magistral interpretação do casal de ato­res protagonistas de Titanic. Digamos que eles encenam o que poderia ter acontecido se a tragédia não tivesse transformado aquele amor em apenas um sonho.
Entramos num tema que já foi maravilhosamente tratado em As Horas, aquilo que Betty Friedan na década de 50 chamou de A Mística Feminina: a insatisfação das mulheres com seu destino doméstico. Trata-se da onda de depressão que abateu as americanas do pós-guerra, que murchavam em plena época de prosperidade. Não estaria velha essa questão, como idosas estão as que foram suas protagonistas?

Eternamente inquietas.
Provavelmente não, embora a vida das mulheres tenda a ficar cada dia mais próxima dos anseios de April. Hoje podemos viver destinos diversos, mas continuamos perdidas em devaneios, usufruindo do legado de insatisfação que nossas ancestrais nos deixaram. Para as acompanhadas, fica a dúvida do que seriam se fossem livres, enquanto as solitárias sentem-se em dívida com o destino amoroso. Filhos estorvam quando existem e deixam um buraco quando faltam. Estamos sempre inquietas.
O filme nos lembra que os homens também estão mais interessados no que podem tornar-se do que no que são. Frank amava em April essa angústia, essa dedicação ao sonho, April amava em Frank aquilo que ele não realizou. Como na história de outro casal antológico do cinema, os apaixonados de Casablanca: no fim nós sempre teremos Paris.

Diana Corso, 48, é psicanalista. Vive em Porto Alegre, tem duas filhas, escreve quinzenalmente no jornal Zero Hora e é co-autora do livro Fadas no Divã. Seu e-mail: dianamcorso@gmail.com

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Ufa.
Viva April. Viva Frank. Viva eu. Viva você.

Wednesday, March 18, 2009

Serena Serenini



























Nasci Serenini, há um tempo atrás.
Agitaaaada, falando sem parar, rindo o tempo todo e bem alto, mudando de ambiente com passos de dança.
Muito italiana, Serena só no nome.

Agora, recentemente, cheguei no limite.
Junto dessa agitação toda, sempre viveu uma necessidade de abraçar o mundo, de agradar, de ser aprovada, de estar no lugar certo e fazer a coisa certa o tempo todo.
Dormia pouco pensando nisso e durante o dia a irritação e a falta de paciência reinavam.

Cansei.

Tô vendo que tem coisas que a gente não muda. Ponto.
Tem pessoas que a gente adora, mas todas elas uma hora vão incomodar a gente.
A gente também não precisa achar que vai agradar o tempo todo.
A Carla Perez já falou, quando a bunda dela era celebridade e ela era burra, ela disse: "Nem Jesus agradou todo mundo, não é eu que vai agradar."
Saiu na Veja, eu lembro.
Se nem Jesus nem Carla Perez - nem Carla Perez! - agradou, sou eu ou você que vai?
Não vai não!

Então agora eu fico na calma, fico Serenus.
Tem quem duvide da minha crença na Santa Passiflora, mas o importante é o aumento evidente da minha paciência com as pequenas irritações do dia a dia.

Não reclamo mais do que não vai mudar.

Respondo com um: "É mesmo?" às verdades absolutas que me são ditas e que eu não
compro.

Não surto nem corro demais mais.

Espero o tempo do garçon se ele é mais lentinho.
(Só a porta do Santa que eu apreciaria que fosse menos lentinha.)

Que mais?
Não arrumo a cama todo dia.

Nem tô coçando tanto mais - ok, o calor mais brando ajuda, mas eu gosto de acreditar na Passiflora também. Me deixa.

Deus me conserve assim, Serenini de tudo.
Deus me dê mais alunos Sol Nascentes para me acompanharem no caminho do zen.

Se possível, Deus, me dê dinheiro pra fazer uma yogazinha.
Capaz de agora eu não ficar mais nervosa achando tudo devagar.
Ommmmmmmmm.
Namastê!

Fique na calma, irmão.

Thursday, March 12, 2009

Gemini, gemini, geminiano, este ano vai ser o seu ano!!!


Raio-X:

Maio - Junho, no meu caso, dia dos Namorados, sem drama, ok?
Elemento: Ar - aérea? eu?
Planeta: Mercúrio - metal de transição, eu?
Na natureza: vento - aérea? eu?
No corpo: braços, mãos e sistema respiratório
Metáforas: borboleta, biblioteca, jornais, mapas, telefone, caneta, bicicleta, dicionário
Características: versatilidade, adaptabilidade, curiosidade, esperteza, capacidade de ensinar, transmitir, convencer e elaborar textos - eu elaboro textos sim... convenço beeeeem, sou versátil, me adpato que é uma beleza, hopefully I can teach, e a minha curiosidade é controlada, eu diria
Famosos: Fernando Pessoa, Bob Dylan, Marilyn Monroe, Fernando Henrique Cardoso, Garcia Lorca, José Lins do Rego e Che Guevara, Paulinha, Mari, Ruvani, Dri, Roger, Marcelinho e outros çangue bão

A mulher: (soy yo)

Mulher nº1: capaz de se ajustar a tudo que se exige dela; jamais ficará mal-humorada com mudanças; capaz de fazer com que uma nova casa fique encantadora com um leve toque de suas mãos inteligentes e delicadas - a minha é quase um milagre, mas sabe que eu gosto? - se entusiasma com a abertura de novos horizontes; por baixo de toda uma conversa inconseqüente e brilhante, ela pensa, e muito bem - Ahaaaaa! Tá vendo???

Mulher nº2: temperamental - Hã?; gosta de desafios mentais - é o que eu maaaais gosto; dificilmente terá preconceitos ou se deixará abalar pela vida - isso!; não aborrecerá seu companheiro com suspeitas e perguntas sobre com quem ele esteve, onde esteve e o que esteve fazendo; o parceiro também deve evitar perguntas e suspeitas, pois ela é altamente independente e individualista. - vamos fazer um viva ao desapego! VIVAAAA!!! Mais uma vez: VIVAAAAAAAAAA!!!!!!!!!

Mulher nº3: aborrecida e deprimida com trabalhos domésticos; as camas ficarão desarrumadas, os pratos na pia, enquanto ela sonha acordada, lê ou escreve um poema ou um esboço de peça; ótima companhia, passa madrugadas em conversas agradáveis e espirituais. - Essa é com quem já morou comigo ou já se hospedou na minha casica, mas principalmente, no momento... É com você Ana!!! (de qualquer forma, aborrecida e deprimida com trabalhos domésticos, é uma ótima expressão!)

Mulher nº4: ótima anfitriã, cheia de graça e encanto - oooooon... sim, soy yo!; se sentirá à vontade em qualquer tipo de sociedade - Fato! Vou da Mama ao Figueira Rubaiyat - este último se você me convidar - com extrema desenvoltura; romântica e ultrafeminina - ô, se não!, talvez escrevendo poemas para o seu companheiro no seu aniversário; sofisticada. - Ouça o que eu digo... os meus cartões de aniversário são dignos de serem guardados debaixo de sete chaves, dentro do coração, assim falava a canção, huh?
Uma mulher de Gêmeos, seja qual for, jamais tomará um trem, se puder voar. - Nah!
Jamais ficará calada, se puder falar. - Nah!
Jamais irá embora, quando puder ajudar. - Nah!
E jamais andará, quando puder correr. - Nah-ah!

Seu cérebro tem tantos pensamentos e seu coração tantas esperanças, que talvez ela precise de um computador para classificá-los todos.
Ou talvez precise apenas de alguém capaz de correr ao lado dela e sonhar junto. - Talvez. É.

A mãe - que eu um dia vou ser, a teacher que eu já sou

Será alegre e risonha. Provavelmente não permitirá que os filhos a atrapalhem, pois tem sempre muita coisa a fazer para lhes dedicar uma superproteção. - Hahahaha, engraçado, mas é fato!
Eles imitarão sua independência e se beneficiarão disto. Se alguém perguntar a ela quanto tempo passa com eles, é provável que responda: "Não importa quanto tempo, o que importa é quanto amor". Talvez as crianças nem sempre a obedeçam porque num dia é muito severa e no outro muito branda, mas as crianças adorarão conversar longamente com ela.

Sua imaginação acompanha a dos filhos, e eles se divertem mutuamente. Provavelmente será uma mãe permissiva, - provavelmente sim, hehehe - mas se preocupará com as médias escolares, e insistirá para que os filhos tirem boas notas. Eles não ficarão sem fazer seus trabalhos de casa se ela puder ajudá-los, embora talvez escapem de guardar as roupas. - Talvez, sim...

Só sei que acordo e GOSTO da vida, os dias não são nunca iguais.
Paulo Freire


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