Monday, November 17, 2008

Se encontrei!!! - Postando e Comentando IV



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Qual seria a sua idade se não soubesse quantos anos tem?

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A geração odisséia
Marie Claire - Edição 212 - Nov/08

Como você se imaginou chegando à vida adulta?
Casada, com filhos e uma casa própria?
Ou dona de uma carreira bem-sucedida, uma mulher independente financeiramente, que aproveita as férias anuais para viajar à Europa?
Ou quem sabe até dona do seu próprio negócio?

Embora esse ainda seja o sonho de consumo de muita gente, boa parte das mulheres que hoje têm entre 20 e 35 anos parece estar longe desses ideais. Para elas, viagem internacional, só se for pra morar fora ou para destinos exóticos.
Trabalho, quanto mais temporário, melhor - e tem de ser prazeroso.
Namoro, casamento? Se não atrapalhar todo o resto, ok.

Mulheres como Martina Pinho, 21 anos, que vive pesquisando novas oportunidades de negócio e só nesse ano acumula milhagens de sete viagens internacionais.
Ou como a psicóloga Patrícia Rabaça, 27 anos, que já fez mais de vinte cursos diferentes, do surfe ao flamenco, passando por danças afro e mitologia grega.
E o que dizer da videomaker Marta Madalon, que, aos 37 anos, morou em 25 endereços e há 4 anos não tem telefone fixo?

Se tudo isso parece familiar - e não instável - é possível que você também faça parte da Geração Odisséia. O termo foi cunhado pelo colunista social americano David Brooks e exprime um grupo que quer viver diversas experiências antes de construir algo mais sólido. Basicamente, são pessoas entre 24 e 35 anos, que estão ocupadas demais explorando e experimentando para pensar em encontrar a profissão, a casa ou o relacionamento certos. E ainda nem pensa em ter filhos.

Brooks escreveu recentemente no jornal 'The New York Times' que havia quatro fases comuns na vida: infância, adolescência, idade adulta e velhice. 'Mas hoje há pelo menos seis: infância, adolescência, odisséia, idade adulta, aposentadoria ativa e velhice.' Para ele, a sociedade está à beira de adotar uma nova geração que é velha demais para ser chamada de adolescente, mas não pode ser exatamente classificada de adulta -e na verdade não quer ser.

No Brasil, o sociólogo Dario Caldas, diretor do Observatório de Sinais, bureau de tendências e pesquisas em São Paulo, começa a enxergar essa nova geração. 'Nota-se uma juventude ampliada, um amadurecimento tardio, que borrou o limite entre as idades. Hoje, o 40 é o novo 30', diz. Entre os fatores que contribuem para essa tendência, Caldas destaca o aumento da expectativa de vida das populações em geral, a globalização e o boom digital. 'Com a queda de barreiras, ficou mais fácil conhecer o mundo.'

'Odisséia significa viagem, jornada, e o principal objetivo dessa fase é tentar experimentar antes de assumir compromissos para toda a vida', diz Bernard Salt, demógrafo social da consultoria australiana KPMG. 'É realmente um enorme 'bufê completo' comprimido em uma década.' Assim como o termo 'adolescente' foi introduzido mais ou menos na metade do século passado, Salt diz que a sociedade talvez precise de um rótulo para descrever essa fase florescente. É claro que é uma etiqueta que nunca vai se adaptar a todo mundo, mas com o tempo ele acredita que cada vez mais jovens de 20 e 30 e poucos anos se encaixarão. [...]

[...]Toda viagem, claro, tem seu fim. O sociólogo australiano Hugh Mackay, estudioso do comportamento dos jovens e autor do livro 'Advance Australia... Where?', adverte que, com o tempo, a Geração Odisséia terá de se estabilizar. Se você mantiver suas opções abertas por muito tempo, poderá perder oportunidades', ele diz.

Na questão dos relacionamentos, Mackay acredita que, mesmo que a experimentação ajude a fazer escolhas amorosas melhores, existe o risco de que, depois dos 30 anos, alguns descubram que 'estabeleceram padrões altos demais' para ter um parceiro. Mas finaliza com uma visão positiva. 'Essa é realmente uma grande mudança cultural. Eles vão ter vidas interessantes e diferentes. É uma geração a se observar.

Você faz parte da geração odisséia?

Como você sabe se é uma delas:
- Você muda mais de endereço que de penteado
- Você troca regularmente de namorado, emprego ou profissão
- Você sente que passou a maior parte da vida em uma fila no aeroporto
- Você acaba de voltar (ou está planejando) uma viagem de seis meses ao exterior
- Você não tem uma linha fixa de telefone ou, se tiver, não lembra o número
- Você acha que 35 anos são os 30 de ontem
- Você gasta boa parte do seu dia navegando na internet

Você dá valor a:
- Criatividade
- Equilíbrio entre trabalho e vida pessoal
- Amigos
- Gratificação instantânea

Você passa seu tempo livre:
- Sondando os amigos sobre sua última grande idéia empresarial, seja um café orgânico numa praia ou uma empresa na internet
- Pulando entre aulas de ioga, videntes, personal trainers, massagistas e terapeutas
- Organizando novas atividades para fazer com suas amigas, de surfe a clubes de livros

A frase mais usada é:
- 'Qual é a última novidade?'

Você tenta não pensar em:
- Que você não tem um financiamento ou um plano para os próximos cinco anos
- Sua fatura do cartão de crédito
- O que você aprontou no último fim de semana

Tem mais aqui, ó:
http://revistamarieclaire.globo.com/EditoraGlobo/componentes/article/edg_article_print/1,3916,1690779-1740-3,00.html

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Então... se encontrei, gente boa!

Pra mim a coisa ainda se potencializa, porque eu comecei mais tarde, e sinto nitidamente que tenho tanto por fazer!!!
Isso não me deixa (mais) ansiosa.
Isso me dá a certeza de que mais uma aventura está sempre à minha porta.
Eu acho bom que a minha vida caiba numa caixa de papelão que eu lacro e levo pra outro lugar, se preciso ou conveniente for, sem "dramar" demais da conta...
Eu chamava isso de "espírito livre", acho que continuarei chamando, mas fiquei felizmente surpresa ao ver que viramos - eu e os outros tantos - objeto de estudo. Viramos um termo. Viramos uma referência. Viramos algo a se observar.

Eu que tinha um medinho da solidão no fim da vida, me sinto confortada agora.
É bem provável que a solidão não me pegue nem quando e se eu quiser.
Sorte que eu nem quero mesmo.

VIDALOUCAVIDAÁ
VIDABREVE
JÁQUEEUNÃOPOSSOTELEVAR
QUEROQUEVOCÊMELE-E-VE

5 comments:

Anonymous said...

Então... Quer dizer que eu sou normal?

Anonymous said...

Sabe que essa Geração Odisseia veio a calhar?! Acho entao que os planos que eu tinha pra mim.. tá tudo bem com eles!! Pq é assim mesmo que eu quero ser...

Dra. Tormenta said...

Opa...
Parece que o olho azul da mandala vazia enxergou cores?!?!?!

Flavia! said...

Gente, que orgulho dessa escritora!

Bia said...

Ufa! vamos morar no mesmo lar de idosas e fazer turismo da melhor idade? Graças!