Tuesday, June 09, 2009

A mulher invisível - O homem invisível


Então que domingo eu fui ao cinema. Confesso que estava esperando mais uma comediazinha água com açucar.
E olha, tive uma grata surpresa...
Gosto muito das críticas do site do Omelete e recorri a eles pra me ajudarem a estruturar meus pensamentos aqui, então, faz o seguinte, leia e eu venho depois, tá? Tchau. Té mais.

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http://omelete.com.br/cine/100020143/Critica__A_Mulher_Invisivel.aspx

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Então. Eu adoro ser feliz pra sempre, até o próximo pé-na-bunda.
E olha, esse filme rendeu boas risadas sim, mas algumas reflexões.
Primeiro que falar sozinha pra mim não é novidade. Ok que eu não faço muito isso em público, mas faço.

Quando eu era pequena eu tinha um ex-marido chamado Petrúcio, que na verdade era o Denis Carvalho. Eu juro que ele era bonito.
Então, quando eu criei o Petrúcio a gente já era divorciado, mas era uma coisa civilizada. Eu devia ter uns 7 pra 8 anos, eu tinha uma boa noção dessas coisas já.

Hoje eu tenho homens ideais com quem eu interajo.
Homens, no plural, mas não, eu não sou promíscua, fica tranquilo.
É que eu mudo de idéia facilmente. Na verdade eu devia mudar mais, porque todos esses homens ideais são exes meus.
Eu me imagino em reencontros com eles, alguns mais doces, alguns em que eu faço um jogo duro danado pra depois degelar, em quase todos eu falo umas verdades, com uns eu permaneço irredutível, tem um aí que me ajuda até a praticar o inglês...

Eu acho bom de certa forma, porque com essas conversas muitas vezes eu chego a algumas conclusões interessantes mesmo!

Mas o filme vai um pouco além. Ele prega que o invisível, é a gente mesmo, e o que a gente espera e quer de um relacionamento. E é.
Então pensei que eu posso estruturar melhor esse meu homem invisível, deixar os do passado no passado e então, tal qual Pedro no filme,deixo o invisível me botar por frente pra me tornar aquela que o invisível gostaria de ter para si. Daí o invisível se materializa. Simples desse jeito.

Ok, voilá: meu invisível podia ser um tantinho mais alto que os que tem aparecido visíveis pra mim, ser moreno, ter barba, ter os olhos apertadinhos, um sorriso bonito com os 32 dentes dentro da boca, ter um queixo expressivo, uma boa nuca (eu tenho essa fixação, me deixa), pés e mãos de homem. Ele não deve ser muito malhado, mas é melhor não ser um gordo desleixado também.

Ele pode também ter outro modelo e ser careca. Careca que eu digo não é ficando careca - e normalmente tentando disfarçar -, eu digo careca convicto. Daí nesse caso, acho que sem barba.
Podia ter de 30 a 35 anos? É. Tá bom.

Meu invisível trabalha, porque eu devo ter tido um marido vagabundo em outras vidas, de tanto trauma que eu tenho.
Então esse aí, sendo o ideal, esse trabalha. Não é um workaholic que vai me deixar na mão ou ter um caso com a secretária, mas tem que trabalhar.
Aliás, não sei se ele tem secretária, porque se não me falha a memória, ele é jornalista. Mas o bom é que ele é músico também.
Não, nada a ver com pop rock e fãs insandecidas, o negócio dele é mais jazz, mais sossegadinho.
Ele tem um inglês muito bom, e a gente viaja sempre que dá.

Ele é muito espirituoso, acha uma graça danada das minhas piadinhas e trocadilhos mais infames e tem sempre comentários pertinentes sobre tudo.

Cozinha que é uma beleza e tem uma mania de ir já lavando tudo o que vai usando que me mata de paixão!

Não é a pessoa mais organizada do mundo, mas como eu não sou um modelo de exemplo neste quesito também, isso não é problema.

Aliás, a gente combina em bastante coisa. Tem dias em que tudo o que a gente quer é assistir um DVD debaixo das cobertas e tem dia que a maratona é puxada. A gente adora um cinema, um teatro, um samba, uma feirinha de artesanato, uma caminhada à toa, não tem tempo ruim.
A gente realmente gosta da companhia um do outro e dos muitos amigos que temos.
Ah, sim, esse invisível é tão bom que se deixa ser visto comigo, tem um orgulho danado da mulher que conquistou. Adora as minhas amigas e elas a ele.

Me aparece com presentinhos originais em situações nada a ver e adora meus cartões e minhas surpresinhas do nada também.

Com ele eu tô liberada pra ser eu mesma, aquela pouco dada a babados, delicadezas e frescuras de mulherzinha, mas que gosta de agradar e sabe ser fofa também.

Nas conversas com ele o tempo voa e eu geralmente estou às gargalhadas.

Ele sem querer me incentiva a ser uma mulher cada dia mais bonita e mais interessante, porque me trata de maneira tal que não merece nada menos do que isso.

E eu de mim, tô indo ao supermercado mais próximo.
A gente nunca sabe quando é que o vizinho (in)visível pode bater à nossa porta precisando de uma xícara de açucar.

9 comments:

Isa Ferraz said...

É... eu também procurei este homem ideal! Às vezes acho que achei, às vezes acho que não! rsrsrs
Mas como diz no filme, ideal é o que existe na idéia, na cabeça da gente...
Perfeitinho, perfeitinho ninguém é!!!

Bjs

Fernanda MBem said...

ô gente. ideal é pouco.
Mas não acho perfeito isso tudo não.

Na verdade, eu acho que perfeito muito gente é sim. Só que o perfeito é aquele que às vezes acorda de mal humor, dá umas patadas, mas depois pede desculpa com café da manhã e cócegas.

É aquele que é lindo, cabeludo ou não, malhado ou não, espirituoso ou não, saideiro ou caseiro e só você vê. Não muito longe do invisível, talvez? não sei...

Acho que a perfeitção vem disso.
Dos acertos e erros, das melhorias contínuas e do "ver" e "não ver" do dia a dia.

Acho bom quando parece que é, e não é, depois volta a ser o perfeito. Aquele. Sabe?

Acho que a graça da vida taí.
É o invisível e imprevisível de tudo que dá sabor (e um trabalhão danado, mind you...)

Mas também, eu pouco sei o que sei, né? pode ser outra coisa.

Mas compra açucar sim...
After all, you never know...

;)

Dra. Tormenta said...

ai... ai...

perfeito é esse post!

Bia said...

Eu parei de ler no meio pra comentar que eu também namorei o Denis Carvalho. Quando ele fazia o paepl de Netinho. Mas não foi um amor marcante como o Francisco Cuoco e o Tony Ramos.

Bia said...

Bah Pat, agora depois de ler tudo. Eu vi o filme e gostei muito também. Te juro que o meu invisível é bem parecido com o teu. E, na maioria dos quesitos, acredito que encontrei ele em grande parte dos caras com quem me relacionei. O problema é a reciprocidade. Eles nunca me acham à altura deles. Por isso eu adorei ouvir não me lembro de quem: "Quando ele disser que vc merece alguém melhor do que ele - mesmo que ele esteja querendo dizer ao contrário -, acredite: vc merece alguém melhor mesmo!"

FABRICIO SERAFIM said...

Paty e Amigas de plantão, tenho uma boa notícia para lhes dar:
Putz... Eu sou o tal homem invisível e nem tinha me dado conta!!! O problema é que, como diz a Isa, "PERFEITINHO, PERFEITINHO, NINGUÉM É!!!" e, pegando a deixa da Bia, acreditem mesmo: "Vocês merecem alguém melhor do que eu...". É a treva!!!

Mari said...

To concordando aqui com a Fernanda que o perfeito é bom não sendo perfeito.

Quero muito ver o filme, mas ontem cheguei atrasada e perdi a sessão! =/

To pra te falar há um tempo que to lendo uma seleção de crônicas da Martha Medeiros e me vejo o tempo todo pensando que são coisas que vc teria escrito!

Bia said...

Minha amiga Guiga (do blog Eu falo se eu quero) te favoritou. Sinal que tens que escrever mais, pois o público aumenta.

Bia said...

Pat, a Mari te xingou de Martha Medeiros, faz alguma coisa!!! Tô brincando, Mari!