Thursday, February 12, 2009

Fecha e Deixa Solto - Postando e Comentando VI





Chegando o dia dê - leia-se Valentines - lá venho eu pregando o desapego de novo!

É por essas e outras que eu gosto tanto da Martha Medeiros.
Eu gosto de quem prega o desapego.

Eu mesma li esse texto e fiquei pensando no que será de mim, Serafim.
Porque eu já fui apegada demais e desapegada demais, nos meus relacionamentos.
Aliás eu já consegui a proeza de ser doente de ciumenta e totalmente desplugada com a mesma vítima.

Faz muuuuuito tempo que eu cresci e nunca mais fiquei ciumenta, e eu espero do fundo do coração continuar assim.

Desejo o mesmo pra você.

Deixa solto.
Né?

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Muitos leitores mandam sugestões de tema para crônica, e nem sempre posso aproveitá-las, não porque não sejam boas, mas é preciso que eu comungue da mesma idéia, senão vira uma simples encomenda e o texto sai frio. Mas semana passada um internauta chamado Paulo me contou um papo que teve com um amigo e eu não pude desprezar o depoimento dele, até porque, além de divertido, considero o assunto de utilidade pública.

Ambos maduros, com alguns casamentos nas costas, estavam se queixando das namoradas. Não agüentavam mais a ladainha: "onde foi, onde estava, por que não ligou, não me disse que foi, de quem é esse número, liguei e não atendeu, eu vi que você olhou pra ela, a que horas você chegou, você não me convidou, por que você não atendeu, o que vamos fazer no Carnaval, você quer que eu vá ou não, assim não vou".

Ri muito quando ele reproduziu esse pout-pourri de lamentações. É bem assim. Os apaixonados costumam massacrar. Eu só acrescentaria que esse massacre não é só feminino: tem muito homem que age da mesma forma.

Mas prosseguindo. O amigo de Paulo, durante a conversa, apontou uma saída: "Elas precisam aprender com os flanelinhas".

Como?

"O flanelinha te indica um lugar pra estacionar e diz: fecha e deixa solto". Não é simples?

Eis a fórmula sugerida por eles para fazer as relações durarem mais do que três semanas: fecha (sim, um relacionamento fechado, fiel, bacana), mas deixa solto. Mantenha um espaço para respirar. Permita um mínimo de mobilidade: poder empurrar um pouquinho pra frente, um pouquinho pra trás. Possibilite uma manobra, um encaixe. Não puxe o freio de mão.

Essa crônica foi praticamente escrita pelo meu leitor Paulo, cujo sobrenome não vou revelar para que suas namoradas não se sintam expostas. Mas seja para Paulos, Marias, Anetes ou Ricardos, a regra do flanelinha deve ser seguida e regulamentada: fecha e deixa solto. Confia. Ninguém quer invadir seu relacionamento, mas é preciso que haja flexibilidade, ajuste às novas situações, enfim, tem que relaxar um pouco.

Tem quê? Bom, talvez não tenha que relaxar, se esse tipo de queixa (onde foi, com quem estava, por que não ligou) for considerado um carinho, um cuidado, parte do jogo do amor, sem causar maiores irritações. Mas, antes de iniciar um interrogatório desse tipo, sonde o terreno, veja se está agradando. Geralmente, pessoas maduras já estão com a paciência esgotada para investigações minuciosas. Desconfio até que a irritação se dá por que "onde fomos, com quem fomos e por que não ligamos" não tem nada de excitante ou misterioso: fomos almoçar com a mãe e o celular ficou sem bateria. Se estivéssemos fazendo algo realmente condenável, aí sim, justificaria uma crucificação verbal. Ao menos as respostas exercitariam nossa criatividade e cinismo.

Mas como somos todos inocentes, feche e deixe solto.


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Viu?
A Martha concorda comigo.

4 comments:

Anonymous said...

Pat 2009- densa,reflexiva, mas SEMPRE fascinante.

Agora vou tomar um banho pra pensar melhor....

Mari said...

Concordando com o comentário acima.

Fernanda MBem said...

Linda!
Demorei mas aqui estou de novo.

Uma discípula sua do desapego, concordo e não discordo com você e com Martha.

Acho que tudo tem um meio termo e um equilibrio na vida e que não se pode ser grudada nem desplugada de nada nessa vida.
E acho também que é isso que tentamos buscar durante toda a vida.

GOSTO!
um tanto assim ó!

Adorei.
Sds. Fê

Paulinha said...

AMEI!!! Penso como vc... e vc é demais Pat! Beijos