
Quando me perguntam com que idade eu prefiro trabalhar a resposta é imediata: eu gosto de adolescentes.
Tenho num mesmo grupo uma mãe de uns 40 e poucos e uma filha de uns 14, e a mãe outro dia rindo das minhas gracinhas soltou um: "Todo professor de inglês é um pouco adolescente!". Não sei dizer se TODO professor de inglês é um pouco adolescente, mas eu de mim, tomei como elogio. E sim, meio que concordo.
Eu fui tia pela primeira vez aos 12 anos de idade e isso me rendeu adolescentes around me o tempo todo quase - hoje são sete sobrinhos, daí você tira uma base.
O tempo todo emprestando roupa, baixando as músicas "do momento", indo ao cinema, aos shows, passando carnaval juntas, ganhando as amigas delas pra mim mesmo quando elas não estão no programa.
Gosto mesmo desse povo aí.
Ontem fui assistir "As Melhores Coisas do Mundo", e emocionada, descobri o segredo dessa química: eu respeito os adolescentes. Escuto com genuíno interesse o que eles tem a dizer, me permito aprender com eles e deixo eles quererem minha companhia e meus conselhos, sem me impor e sem nenhuma lecture.
Me emocionei mesmo!
Nunca se viu tradução tão honesta do que é essa turma que - oba! - me cerca na vida real.
Pra mim não pareceu filme, pra mim aquilo é vida real.
Porque sim, os adolescentes da minha vida real são aqueles... questionadores, inteligentes, engajados, cheios de conteúdo, cheios de senso de humor, e muito, muito intensos.
Pessoas que merecem respeito de todo mundo. Merecem crédito, porque pensam sim, e dão a cara a tapas de um modo que adultos deviam fazer - e ó, tem adulto por aí que parece até que nunca foi outra coisa que não adulto...
Saí do cinema com uma vontade danada de ser teacher do Mano e da Carol.
Mas daí pensando melhor, concluo que sim, eu já dou aula para vários Manos e inúmeras Caróis!
Manos e Caróis que tem todo o meu carinho e toda a minha gratidão, por imprimirem à minha vida essa gana de me manter um pouco como eles também.
E eu, esta adolescente crescida, assino embaixo do que me disse o Mano no cinema ontem: "Não é impossível ser feliz quando você cresce, só é mais difícil."
Mano é que sabe das coisas.